sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Instantes da vida (18)


One WTC

NOVA YORK - EUA

Fui aos Estados Unidos a trabalho em dezembro de 2013. O movimento sindical brasileiro estava compartilhando experiências e apoiando a classe trabalhadora norte-americana para organizar um sindicato da categoria bancária.

Ruas de Nova York

O sindicalismo brasileiro tem uma experiência única no setor financeiro, porque após décadas de organização conseguimos estabelecer uma Convenção Coletiva de Trabalho que vale para diversos bancos e regiões do Brasil, com direitos unificados. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) fez parte dessa história vitoriosa.

Manifestação contra banqueiros em Nova York

Os bancários se organizaram dentro da CUT como um departamento logo após a criação da central sindical em 1983. Com a criação do DNB/CUT entre 1985/86, e com uma greve histórica em 1985, os trabalhadores iniciaram uma jornada de unidade que avançaria em uma confederação em 1992 (CNB/CUT) e depois na Contraf-CUT, em 2006, organizando todos os trabalhadores do ramo financeiro.

Casa para todos! Bancos foram socorridos,
e os trabalhadores perderam suas casas

Foi por causa dessa experiência sindical que estivemos naquele momento nos Estados Unidos somando com os trabalhadores do ramo financeiro de lá. Eu era o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), que assessora a Confederação e o Comando Nacional dos Bancários nas negociações nacionais com os bancos e governo.

BB tinha agências nos EUA

O BB tinha operações e trabalhadores nos Estados Unidos e nós havíamos firmado um Acordo Marco entre o banco público e a Contraf-CUT que estabelecia direitos mínimos e respeito aos direitos trabalhistas em qualquer lugar onde o BB tivesse operações. Isso foi importante para lutarmos por direitos aos bancários de outros países como Argentina, Paraguai e EUA naquele período 2013/3014.

Nova-iorquinos nas ruas em luta

Nova York

Além das questões de organização dos trabalhadores bancários, também participamos ativamente das lutas reivindicatórias do povo norte-americano daquele momento.

Povo reivindicando nas ruas de Nova York

A população de Nova York estava vivendo dias de festa porque as eleições municipais daquele fim de ano de 2013 haviam definido como prefeito o democrata Bill de Blasio, considerado um político progressista. Além disso, o presidente Barack Obama estava no primeiro ano de seu segundo mandato.

Que se danem os bancos! E o povo?

A classe trabalhadora do mundo vivia as consequências do crash de 2008/09, conhecido como crise do subprime, e o povo norte-americano estava perdendo suas casas e sendo despejado, enquanto os bancos foram salvos pelo governo.

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Com o companheiro Carlão, à época
presidente da Contraf-CUT

Em resumo, é isso que fui fazer nos Estados Unidos em dezembro de 2013 e depois no início de 2014, quando voltamos para seguir com nossa cooperação na criação de um sindicato da categoria bancária.

William