Instantes da vida - Cuba (3)

Figura do senhor Eusebio Leal Spengler,
historiador da cidade de Havana.

A QUESTÃO HABITACIONAL EM CUBA

Ao estudar um capítulo do livro Casa à venda: Turismo, mercado de imóveis e transformação sócio-espacial em Havana, da professora da Unicamp Aline Marcondes Miglioli, pude refletir sobre várias dúvidas que fiquei pensando em relação à questão habitacional na ilha caribenha desde que vivi a experiência de visitar a República Socialista de Cuba por duas oportunidades.

Aline é uma professora marxista e desenvolveu seus estudos sobre a questão habitacional tendo como áreas de interesse os países de Nuestra América. Agora estou lendo o livro todo e estou gostando bastante. Ela trata de forma muito cuidadosa nossa querida Cuba e o povo cubano, que tanto admiro e respeito.

Ao ler o capítulo 6 e agora na leitura do capítulo 2, começo a compreender bem melhor as dificuldades históricas do povo cubano no que diz respeito à questão da terra, tanto no campo quanto na cidade. 

Só a Revolução Cubana conseguiu mudar a realidade do povo na questão da moradia e da terra para a produção social em séculos de exploração por parte de grandes proprietários, antes da metrópole espanhola, e depois do vizinho Estados Unidos.

Na leitura, já pude conhecer melhor a respeito da importância para Havana da Oficina del Historiador, no que compete à gestão e proteção do patrimônio do chamado casco histórico da cidade de Havana.

Enfim, vamos aos poucos e com persistência lendo e conhecendo mais a respeito de nossos irmãos cubanos e cubanas. 

E vamos revendo algumas fotos e registros para diminuir a saudade de gente tão querida como o povo cubano.

A seguir, algumas fotos registradas na cidade de Havana, na área conhecida como Havana Velha.

Alguns imóveis já puderam ser reformados e preservados, principalmente aqueles com uso governamental ou comercial.

A rua acima está com os imóveis em bom estado de conservação. Essa realidade não é geral, em muitas ruas e regiões não foi possível preservar os imóveis.

A região turística, próxima ao Capitólio, teatros, museus e casas comerciais, tem um aspecto bem preservado.

Acima, vemos o famoso bar Floridita, e abaixo os imóveis próximos ao Capitólio. No entanto, podemos observar que o imóvel atrás do bar ainda não foi reformado.

A rua abaixo já não está tão conservada como a outra que mostrei acima.

Essas fotos foram feitas no primeiro dia da visita a Cuba em 2023. Facilmente se percebe características do que Aline nos explica em seu trabalho de doutorado sobre a questão habitacional na cidade de Havana.

Temos construções preservadas e temos construções que não puderam ser conservadas até o momento pelas dificuldades oriundas da falta de recursos por diversos motivos, o principal deles a questão do bloqueio que já dura mais de seis décadas.

Enfim, reafirmo sempre que somos solidários a Cuba e ao povo cubano.

William

Instantes da vida - Cuba (2)

Fortaleza San Carlos de la Cabaña.
Havana (Cuba)

QUANDO PENSO EM SOLIDARIEDADE ENTRE OS POVOS, PENSO EM CUBA

A experiência de conhecer um pouco da história do povo cubano e sua luta pela liberdade e autonomia nos faz acreditar que tudo é possível quando se pensa na utopia e na capacidade dos seres humanos.

Estamos vivendo numa quadra ruim da história humana neste momento, ano 2025. Em pleno século XXI o mundo assiste a um genocídio sem capacidade de interromper a tragédia que já matou dezenas de milhares de palestinos e que ameaça de morte pela fome milhões de crianças, mulheres e civis na Palestina ocupada pelos exércitos dos judeus sionistas.

O povo cubano lutou por sua liberdade e por sua terra por mais de um século. As lutas pela independência, que começaram em meados do século XIX, só se concretizaram em 1º de janeiro de 1959, através dos lutadores e lutadoras liderados por Fidel Castro e seus companheiros e companheiras. E sempre inspirados por José Martí.

Se um povo de uma pequena ilha, com poucos recursos materiais, mas com um coração e uma chama que queimam por liberdade e autonomia, e com uma educação libertadora, conseguiu se libertar dos exércitos de dois impérios, primeiro o espanhol e depois o norte-americano, podemos sempre acreditar no sonho de um mundo livre das mazelas e desgraças do capitalismo exploratório e inumano.

Capitólio Nacional de Cuba.

Dom Quixote no Centro
Fidel Castro Ruz.

Fidel Castro,
líder de um povo solidário.

Brasileiros solidários
a Cuba e ao povo cubano.

A viagem a Cuba é uma oportunidade para qualquer pessoa conhecer outra forma de se organizar uma sociedade humana, sem a lógica do lucro e da exploração a qualquer custo e tendo como consequência a miséria da maioria.

As dificuldades materiais que o povo cubano enfrenta são conhecidas por todos nós e sabemos que o bloqueio dos Estados Unidos é o principal motivo dessa situação. Impor bloqueios comerciais e econômicos é uma das formas mais vis de forçar a miséria de um povo por motivos políticos.

Toda a nossa solidariedade ao povo cubano! Toda a nossa solidariedade ao povo palestino! Toda a nossa solidariedade aos povos que estão sofrendo com as imposições imperialistas no mundo.

William

As fotos são de abril e maio de 2023

Instantes da vida - Cuba (1)

O deslumbrante Capitólio.

CONHECER CUBA É UMA EXPERIÊNCIA INESQUECÍVEL

Em 2023, tive a oportunidade de viajar para Cuba, eu e meu filho, em companhia de um pequeno grupo de pessoas que viriam a se tornar amigas após a experiência que tivemos por duas semanas no país socialista.

É gostoso relembrar a viagem revendo as fotos que registraram instantes da vida que nos marcaram para sempre.

O difícil ao fazer postagens é escolher algumas fotos e alguns instantes em mil fotografias (risos). Ao rever o álbum, é inevitável não sentir a saudade daqueles dias.

Tudo era novidade naquela viagem, os dias eram diferentes e o coração da gente estava aberto para aquela experiência formidável.

E que povo maravilhoso é o povo cubano! Viva Cuba, viva Fidel e a Revolução de um povo aguerrido que tomou para si a construção do seu futuro!

O mundo civilizado deve exigir o fim do bloqueio criminoso imposto há décadas pelos Estados Unidos com o objetivo de martirizar o povo cubano por ter escolhido outra forma de organização social na maior das ilhas antilhanas.

Brasileiros em
La Bodeguita del Medio

Monumento a José Martí,
Apóstolo da Independência.

O Sancho Pança de Havana.

Hemingway e eu,
Bar Floridita.

Hemingway e o filhão.

Estudantes no Parque da Fraternidade.

A magnificência do Capitólio.

Havana querida, saudades de ti e do povo amigo e acolhedor!

William Mendes

As fotos são de abril e maio de 2023

Instantes da vida (10)

LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

No mês de novembro de 2024, no feriado do dia 15, tivemos a boa participação das massas populares nas mobilizações relativas à luta pela redução da jornada de trabalho no Brasil. Em São Paulo, nos reunimos na Avenida Paulista. O ato foi bom e importante para a agenda de nossa classe trabalhadora.

JORNADA DE TRABALHO NO BRASIL

Formalmente no Brasil, a jornada de trabalho é regulada pela Constituição Federal de 1988 e pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de 1943. 

A CF reduziu em 1988 a jornada máxima de trabalho de 48 para 44 horas semanais, com jornadas diárias máximas de 8 horas, podendo-se fazer até 2 horas-extras. As convenções e acordos coletivos de trabalho definem o funcionamento da jornada nas principais categorias profissionais organizadas. 

O "embate" entre patronado e sindicatos se dá para garantir o descanso nos finais de semana.

Categorias com tradição e organização conseguem definir alguma coisa melhor que a jornada 6x1 como a convenção coletiva dos bancários, com jornada semanal de 30 horas, de segunda a sexta-feira. 

Evidente que a luta de classe entre patrão e trabalhador nunca para e os banqueiros burlam de todas as formas possíveis a jornada bancária. Muitas vezes só se acertam os abusos de jornadas que não cumprem a convenção na justiça do trabalho.

Em geral, a escala 6x1 faz com que os trabalhadores nunca descansem nos finais de semana e, além disso, é comum o adoecimento das pessoas em jornadas como essas. Exemplos não faltam, são praticamente todas as categorias de ramos que atuam todos os dias da semana: lojistas, áreas de saúde, segurança, alimentação etc.

As propostas de mudanças na lei são para reduzir a jornada máxima de trabalho legal no país. As principais propostas no Congresso Nacional são a PEC 221 do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), de 2019, e a proposta de Erika Hilton (PSOL-SP), que conseguiu o número mínimo de assinaturas (171) para entrar na pauta da Câmara dos Deputados.

É isso!

William Mendes

Instantes da vida (9)

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA NA PAULISTA (2024)

Aquela quarta-feira foi de preguiça para mim, eu confesso. Estava meio cansado para sair para alguma atividade de mobilização popular.

Depois dos meses de participação nas eleições municipais entre agosto e outubro, no contato com o povo nas imediações dos metrôs, feiras e outros logradouros, pensei em dar um tempo com a política nas ruas.

Nos primeiros anos como dirigente sindical da categoria bancária, eu não tinha ainda a noção real da importância em participar das mobilizações de rua.

Quando havia convocação de toda a direção para participar de atividades políticas nas ruas, íamos todos. Às vezes, as atividades não eram "obrigatórias" e iam as pessoas que desejassem ir.

Com o passar do tempo na representação política da classe trabalhadora fui compreendendo melhor a importância de ocupar as ruas com nossas bandeiras e pautas de lutas.

Nos últimos anos, desde que saí do dia a dia das organizações sindicais nas quais militei por décadas, mantive uma participação militante nas manifestações populares nas ruas.

Foram assim os dias durante as eleições de 2018, depois durante os anos macabros do regime fascista do genocida que ocupou a presidência, e tem sido assim em muitos eventos nos quais tenho agenda livre para ir.

Neste dia 20 de novembro de 2024 fiquei pensando a respeito das pautas identitárias em relação às pautas gerais da classe trabalhadora. O ideal é todos os segmentos militantes participarem tanto das pautas gerais quanto temáticas.

Enfim, fiquei umas quatro horas na atividade do Dia da Consciência Negra. Encontrei amig@s que sempre nos vemos nas ruas, nas lutas.

É isso.

William Mendes

Passeio pelo Malecón de La Habana

Andar pelo Malecón é um passeio muito legal para os turistas em Havana

O calçadão de cimento com vistas para o mar azul de Havana é um passeio imperdível para os turistas que visitam Havana, em Cuba.

A história do Malecón é centenária, a construção começou lá no início do século XX, em 1902, e ao longo de décadas foi sendo estendido até completar 8 Km de calçadão pela orla ao Norte da capital do país.

Na primeira visita a Havana, em 2023, eu e o filhão passeamos pelo Malecón, desde o Hotel Nacional de Cuba, lá no final da Avenida 23, até o Capitolio Nacional de Cuba.

Cascata do Hotel Nacional de Cuba.

Na Segunda visita à capital cubana, caminhei pelo Malecón duas vezes.

Visão da parte de trás

do Hotel Nacional.

Num dos dias, voltava de um passeio, um evento cultural da 32ª Feira Internacional do Livro de Havana, ocorrida neste ano.

No outro dia de caminhada no Malecón, fui pelo calçadão até o Hotel Nacional e voltei até o Capitólio. Vi o edifício em formato de livro (Focsa, de 1956) e andei ao todo 8,5 Km, me despedindo da cidade, do país e povo acolhedores.

Nesta caminhada de 2024, para me despedir de Havana, flanando pelo Malecón, peguei o Paseo del Padro desde o início, fui até a orla marítima e caminhei tranquilamente alguns quilômetros.

De onde saí, avistava lá do outro lado, as construções imponentes do Hotel Nacional e do edifício em formato de livro ao fundo. Magníficos!

Em uma das minhas paradas para ouvir as ondas do mar batendo nas pedras e nos paredões, avistei a bandeira cubana, linda, linda!

Eu não sei ao certo se no passado, as estruturas abaixo do calçadão foram piscinas públicas, parecem piscinas para o povo se refrescar nos dias de muito calor. Isso eu não pesquisei.

A caminhada foi muito prazerosa. Eu pretendia almoçar em um restaurante no alto do edifício Focsa, mas como era segunda-feira, estavam fechados os locais onde poderia almoçar, acabei comendo perto da Casa de Isabel, onde estava hospedado.

Voltando pelo Malecón, os caminhantes avistam de um lado da entrada da Bahía de la Habana, a torre do Castillo de los Tres reyes del Morro, e do lado por onde se vem, o Castillo de San Salvador de la Punta.

Alí no final do passeio pelo Malecón, após passar ao lado do Hotel Paseo del Prado, o turista tem uma bela visão do Paseo del Prado com o Capitólio ao fundo.

No meio do caminho entre o início e o fim do percurso pelo Malecón, vemos o grandioso Parque Antonio Maceo e o monumento que homenageia o herói nacional.

Amigas e amigos leitores, a viagem a Cuba é inesquecível, por diversos motivos, é uma experiência que vale a pena. 

Nesta semana está acontecendo a 42ª Edição da Feira Internacional do Turismo (FitCuba 2024) e o governo está desenvolvendo facilidades para os turistas que forem visitar o país.

Azul e verde característicos na Ilha.

A tarjeta (o visto) agora será de forma digital e o país tem boa estrutura para acolher os turistas. Do Brasil as pessoas podem voar pela Copa Airlines e pela Latam.

Av. 23, descendo para o
Hotel Nacional e o Malecón.

É isso. Vamos viajar para a maior ilha do Caribe, conhecer a cultura e as belezas do país. 

William Mendes

Post Scriptum: a postagem anterior desta série sobre Cuba, que abordei as belas praias cubanas, pode ser lida aqui.