sábado, 12 de outubro de 2013

A flor e o cacto no aquário


A bela flor de nosso cacto.

Nosso cacto nasceu de uma experiência
 de escola de meu filho.

Veja que bonito. Meu filho fez na escola já faz tempo
 e os cactos brotaram.

Para homenagear nossa flor da família dos cactos, vamos apreciar o poema de Manuel Bandeira. Às vezes somos assim, belos, ásperos e intratáveis... porém humanos e solidários!


O CACTO

Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária:
Laocoonte constrangido pelas serpentes,
Ugolino e os filhos esfaimados.
Evocava também o seco Nordeste, carnaubais, caatingas...
Era enorme, mesmo para esta terra de feracidades excepcionais.

Um dia um tufão furibundo abateu-os pela raiz.
O cacto tombou atravessado na rua,
Quebrou os beirais do casario fronteiro,
Impediu o trânsito de bondes, automóveis, carroças,
Arrebentou os cabos elétricos e durante vinte e quatro horas
                [privou a cidade de iluminação e energia:

- Era belo, áspero, intratável.

Petrópolis, 1925

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